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Remédios interferem em exames laboratoriais?

A interferência medicamentosa nos resultados dos exames laboratoriais é um fenômeno bem documentado e pode ter implicações significativas na interpretação dos resultados. Este texto explora como os remédios podem interferir nos exames laboratoriais, os mecanismos dessa interferência, exemplos específicos de medicamentos que causam interferências, e estratégias para minimizar esses efeitos.

Mecanismos de Interferência Medicamentosa

Os medicamentos podem interferir nos exames laboratoriais através de diversos mecanismos, que podem ser divididos em interferências pré-analíticas, analíticas e pós-analíticas.

  1. Interferências Pré-analíticas: Essas interferências ocorrem antes da realização do exame e podem ser causadas por mudanças na fisiologia do paciente devido ao uso de medicamentos. Por exemplo, certos medicamentos podem alterar a distribuição de fluidos corporais, a função hepática ou renal, ou o metabolismo de nutrientes, afetando os níveis de substâncias que serão medidas no exame.

  2. Interferências Analíticas: Essas interferências ocorrem durante a análise da amostra e podem ser causadas pela presença de medicamentos ou seus metabólitos na amostra. Esses compostos podem reagir com os reagentes utilizados no teste, alterar a leitura dos equipamentos ou competir com os analitos (substâncias medidas) nos processos de detecção.

  3. Interferências Pós-analíticas: Essas interferências ocorrem após a análise da amostra e geralmente envolvem a interpretação dos resultados. Médicos podem interpretar erroneamente os resultados dos exames sem considerar a influência de certos medicamentos, levando a diagnósticos incorretos ou ajustes inadequados no tratamento.

Exemplos de Medicamentos que Interferem em Exames Laboratoriais

Diversos medicamentos podem interferir em exames laboratoriais específicos. A seguir, são apresentados alguns exemplos notáveis:

  1. Antibióticos: Certos antibióticos, como a rifampicina, podem induzir enzimas hepáticas, alterando o metabolismo de outras substâncias e afetando os resultados de testes de função hepática. Além disso, alguns antibióticos podem causar hemólise, afetando a medição de níveis de hemoglobina e outras células sanguíneas.

  2. Anticoagulantes: Medicamentos como a varfarina e a heparina são usados para prevenir coágulos sanguíneos, mas podem interferir em testes de coagulação, como o tempo de protrombina (TP) e o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa). Esses medicamentos podem prolongar os tempos de coagulação, dificultando a interpretação dos resultados.

  3. Diuréticos: Os diuréticos, usados para tratar hipertensão e edema, podem alterar os níveis de eletrólitos no sangue, como sódio e potássio. Isso pode interferir em exames que medem esses eletrólitos, levando a diagnósticos incorretos de desequilíbrios eletrolíticos.

  4. Anticonvulsivantes: Medicamentos como a fenitoína e o ácido valproico podem alterar os níveis de enzimas hepáticas, afetando os resultados de testes de função hepática. Além disso, esses medicamentos podem interferir em exames que medem os níveis de drogas no sangue, complicando o monitoramento terapêutico.

  5. Antidepressivos: Certos antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs), podem interferir em testes de função plaquetária, pois a serotonina desempenha um papel na agregação plaquetária. Isso pode afetar os resultados de exames usados para avaliar distúrbios de coagulação.

  6. Hormônios: Medicamentos hormonais, como a terapia de reposição hormonal ou contraceptivos orais, podem alterar os níveis de hormônios sexuais e proteínas ligadas a hormônios no sangue, interferindo em testes de função endócrina e reprodutiva.

Estratégias para Minimizar a Interferência Medicamentosa

Existem várias estratégias que podem ser adotadas para minimizar a interferência medicamentosa em exames laboratoriais:

  1. Histórico Medicamentoso Detalhado: É fundamental que os profissionais de saúde obtenham um histórico medicamentoso completo do paciente antes de solicitar exames laboratoriais. Isso inclui não apenas medicamentos prescritos, mas também medicamentos de venda livre, suplementos e ervas.

  2. Tempo de Coleta: O momento da coleta da amostra pode ser ajustado para minimizar a interferência. Por exemplo, algumas drogas têm efeitos de curta duração e podem ser temporariamente interrompidas, se clinicamente seguro, antes da coleta da amostra.

  3. Comunicação com o Laboratório: Informar o laboratório sobre os medicamentos que o paciente está tomando permite que os técnicos de laboratório considerem essas informações ao interpretar os resultados e, se possível, utilizem métodos analíticos que minimizem a interferência.

  4. Escolha de Métodos Analíticos: Métodos analíticos específicos podem ser menos suscetíveis à interferência medicamentosa. Laboratórios podem optar por esses métodos quando há suspeita de interferência.

  5. Monitoramento e Ajuste de Dosagem: Em casos onde a interferência medicamentosa é inevitável, o monitoramento regular e o ajuste da dosagem dos medicamentos podem ajudar a mitigar os efeitos adversos.


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